domingo, 19 de julho de 2009


És mito
E tens a essência divina
Embora eu a desconheça,
Obedeço
Ergo-me por ti e em ti
Enquanto contemplo o que vejo
Embevecida,
Cabisbaixa,
De joelhos
E por ti passeio
Com meus olhos restringidos
Subo de teus pés
à tua boca,
Onde paro e o limite aceito
Teus olhos, verdadeiramente não os vejo
Os temo tanto quanto os clamo
Pois és mito
E não devo confrontá-los com o profano
Tampouco com desejo
Amo-te tanto quanto me afasto
Dissipando meus tantos visgos em tantos leitos
Pois és mito
E não posso degustar-te
Tampouco inundar-te com meus líquidos,
Desertos,
Desesperos
E bem por isto
O beijo que troco,
O gosto que sorvo,
O gozo que verto,
São teus,
mas não os tenho contigo
Tampouco assim os almejo
Pois és mito
E como tal me espanta
Pois és mito
Enquanto nada tenho de santa
Pois és mito
Numa terra de ateus
E fujo de ti como fujo de Deus.

Marina Porteclis

3 comentários:

  1. sem palavras!! adoroo esse do conto da Marina ^^
    Realmente mito que parece mentira, mas se crêr tão somente verás o seu mito...
    espero ver o meu kkk ¬¬'

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  2. O Mito (minto) é para ser degustado...não! Ingerido.

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