domingo, 5 de julho de 2009

Proibido


PROIBIDO
PROIBIDO?
QUANDO EU DISSE QUE ERA PROIBIDO?
QUANDO ABRI A PORTA, JÁ TINHAS PARTIDO
DEIXADO EM TRAPOS MEU VESTIDO
VC ENTRANDO EM TODOS MEUS SENTIDO
CEIFANDO DO AR MEU RESPIRO

JAMAIS DIREI QUE AQUI É PROIBIDO
EU SEI DO FOGO ME CONSUMINDO
SEI QUE ODEIO GOZAR TANTO
ESCORRER AOS CANTAROS
AOS LITROS
NÃO FINJO MEUS CONFLITOS
SÃO ELES APENAS DESEJOS
DO CORPO SEM AMANTE, AFLITO

NEM VOCÊ SABE O QUE FOI SOLTO
EU SEI E ME DESCONSERTO
EU NEM VI QUALQUE MÉRITO
EM DIZER-LHE; TALVEZ OUTRA HORA
DIRÁ O QUE ENXERGO
NÃO ME ALCUNHO PANDORA
MINHAS MÃOS, EM ESCUDO
DEFENDE UM RESTO DE MUNDO

SOU FLOR, NASCIDA DO LÔDO
ESTANCO ESPERANÇA NA FONTE
AGARRO OS SEUS FLUÍDOS
SORVO ESSE AMOR LÍQUIDO
QUE DESÁGUA EM MEU ROSTO
ENTRE SULCOS, SUCOS ,
DESCE A MINHA BOCA O GOSTO
E CALA O QUE AINDA ACHO
SERÁ MEU ÚLTIMO CHORO.

PROIBIDO
PROIBIDO?
DESDE QUANDO?
DESDE QUE DEIXEI TUAS PORTAS ABERTAS?
RASGUEI AS CORTINAS ?
O ODOR ENTRANDO POR MEUS POROS?
DILATANDO NOSSAS NARINAS

JAMAIS DIGA QUE AÍ É PROIBIDO
NA VERDADE, SABES QUE AÍ É DA LIBIDO.
SABES QUE GOZAS TANTO ,
AOS CANTAROS,
AOS LITROS
NÃO FINJA QUE HÁ CONFLITOS
VOCÊ TEM AÍ TODOS OS DESEJOS
DOS AMANTES PROSCRITOS.

NENHUMA DE NÓS SABE O QUE FOI SOLTO,
VC NÃO SABE AO CERTO,
EU NEM VI QUALQUER MÉRITO
EM DIZER-LHE; TALVEZ OUTRA HORA,
OUTRA DIRÁ O QUE NEGO
E TE CHAMARÁ DE PANDORA.
AO VER SUAS MÃO, EM ESCUDO
DEFENDER ESSE RECANTO UMIDO

RESPONDA-NOS, BELA FLOR DO LÔDO:
A ESPERANÇA DESCANSA ONDE?
ELA SE AGARRA A QUAIS FLUÍDOS?,
NADA EM SECREÇÕES, LÍQUIDOS?
DESÁGUA NO MAR REVOLTO
ENTRE TEUS DEDOS DE CARONTE
E DESCE AO ESGOTO
ONDE GUARDAS, O QUE AINDA ACHAS,
SERÁ TEU ÚLTIMO GOZO

Jackie de Sampa

Um comentário:

  1. Nossa!!!

    "Qual é a resposta de qual"?

    Esta última frase é afirmação ou praga?

    Nossa! Vossa! Minha!

    Adorei.

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